terça-feira, 29 de julho de 2014

Classificação das Vozes


Classificação Vocal
Marcio dos Santos
Você, provavelmente, já está familiarizado ou, pelo menos, já ouviu falar em termos como: 
Soprano, Contralto, Tenor e Baixo. São as vozes de uma forma de composição bem conhecida: o coral, cujo nome também, popularmente, representa o grupo de pessoas que executa a tal composição (pode-se chamar, mais corretamente, o grupo de coro). 
Mas estas não são as únicas possibilidades de classificação das vozes. Vamos, em primeiro lugar separar as vozes em agudas, médias e graves. 
A voz aguda feminina é o Soprano e a masculina é o Tenor. São as vozes encontradas com maior abundância no Brasil. A voz média feminina é o Meio-soprano (ou Mezzo-soprano) e a masculina é o Barítono. 
Também são encontradas no Brasil, mas bem menos em relação às vozes agudas. 
A voz grave feminina é o Contralto e a masculina o Baixo. São vozes raras no Brasil. O Baixo ainda encontramos, mas o Contralto verdadeiro é raríssimo e tem partituras interpretadas por Mezzo-sopranos Dramáticos (ver mais abaixo). A maioria dos coros tem de valer-se de Barítonos para cantar a linha dos Baixos dos corais. Por outro lado, a Rússia é um exemplo de abundância em vozes médias e graves, notório em seus coros, por outro lado são escassas as vozes ligeiras (sobre as quais falaremos mais abaixo). 
Faço aqui um parêntese para um esclarecimento vital. Todos nós já nascemos com um tipo de voz. Nossa voz é o resultado de várias características físicas que herdamos de nossos pais. Por isso, é impossível um Tenor "desenvolver" uma voz de Barítono. Vai, sim, desenvolver sérios problemas vocais se tentar. Deus fez você com esta voz. É um presente dele a você. Não "fabrique" uma voz que não é a sua. Vai estragar sua voz. E esta, nesta vida, é uma só. 
Agora atente para a subdivisão das vozes: 
Vozes femininas:
 O Soprano Ligeiro: é o chamado 1º Soprano, que tem por característica uma voz de volume menor, mas que alcança notas muito agudas, além de ter facilidade para cantar notas com ritmo rápido (volaturas). Referências: Joan Sutherland(*), Kathleen Battle(*), Sumi Jo(*); 
 O Soprano Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. 
Referências: Renata Tebaldi(*), Victoria de Los Angeles(*). 
 O Soprano Lírico: de voz mais cheia, também possui maior volume. É também chamada de 2º Soprano. Referências: Kiri Te Kanawa(*), Mirella Freni(*), Renata Scotto(*);.  O Soprano Dramático: raro e de sonoridade peculiar, é o soprano mais grave. Normalmente tem grande extensão e desenvolve grande volume. Referências: Jessie Norman(*) (polêmica classificação, pois alguns a consideram Mezzo-soprano Lírico). 
 O Mezzo-soprano Lírico: é também chamado em alguns lugares de Mezzo-soprano Ligeiro, pois apesar do timbre grave, assim como o Soprano Ligeiro, tem boa agilidade para volaturas (venho ressaltar que alguns classificam distintamente o 
Mezzo lírico do ligeiro). Referências: Tereza Berganza(*) 
 O Mezzo-soprano Dramático: de grande extensão, timbre escuro e bem grave, muitas vezes canta também partituras de Contralto solo, o que pode ocorrer com mais freqüência com o abaixamento natural da voz ao passar os anos. Referências:Olga Borodina(*); 
 O Contralto: como já dissemos, é raro no Brasil. Tem timbre muito escuro e, até pela pouca oportunidade de se ouvir, impressionante. Tem poucos papéis em ópera, a maior parte do repertório está na música barroca e nas obras do séc. XX. Referências: canto lírico: Kathleen Ferrier(*). 
Algumas mulheres, devido a problemas hormonais ou disfunções do aparelho fonador, adquirem uma voz atenorada. A extensão destas vozes é bem curta (às vezes, de no máximo uma oitava) dificultando o desenvolvimento no trabalho de técnica vocal. 
É também importante mencionar a corrente moda que supervaloriza a voz grave feminina. situação, embalada ao som da música comercial, está crítica, causando confusão no referencial das pessoas. Além de classificações erradas (Sopranos classificados como Mezzo-sopranos e, pasmem, como Contraltos), temos uma atitude prejudicial tanto à saúde quanto à estética da voz, com o incentivo de se cantar só na sua região grave e, na maioria das vezes, forçando muito. Seja ela Contralto, Mezzo-soprano ou Soprano, a voz tem uma tessitura grande, e uma composição agradável e de bom senso estético a utiliza como um todo. É ridículo legar à voz feminina, seja ela de que tipo for, uma região ínfima que não passa de poucas notas no grave. Vozes graves também tem agudos bonitos se bem colocados tecnicamente. 
Vozes masculinas:
 O Contratenor: é atualmente a voz masculina que treina tecnicamente o falsete para cantar como Contralto. Comum em coros mistos e masculinos europeus que interpretam, principalmente, música dos períodos Renascentista (séc. XVI) e Barroco (do séc. XVII à primeira metade do séc. XVIII). Na liturgia católica não havia canto congregacional (até meados do séc. XX). A música era executada por coros masculinos. Por este motivo usavam-se meninos (os famosos sopraninos e 
contraltinos), os falsetistas e os castratti(***). O uso de coros apenas masculinos perdurou na liturgia após a reforma protestante. A mulher só participava do canto congregacional (todos os fiéis cantando juntos), reintroduzido por Lutero. Referências de Contratenores (falsetistas - cantando como contraltos) no canto lírico: Andreas Scholl(*), David Daniels (*). 
 O Tenor Ligeiro: também conhecido como 1o Tenor é a voz masculina natural mais 
aguda, também com facilidade para volaturas. Referência: Juan Diego Florez(**), 
Niccolai Gedda(*), Salvatore Licitra(*); 
 O Tenor Lírico-Ligeiro: Também chamado de Lírico Spinto, é um pouco mais encorpado que o ligeiro puro, também tem facilidade pra agudos e volaturas. Referências: Enrico Caruso(*), Franco Corelli(*). 
 O Tenor Lírico: voz mais rica em harmônicos que a anterior, tem o timbre mais cheio. 
É também chamado de 2o Tenor. Por erro ou, às vezes, por causa do repertório operístico, alguns Tenores Líricos são chamados de Dramáticos. Referências: Mario Lanza(*), Plácido Domingo(*);  O Tenor Dramático: assim como o Soprano Dramático desenvolve grande volume, e é mais raro no Brasil. É o Tenor mais grave. Quando intérprete de óperas do Romantismo Germânico (R. Wagner, R. Sttraus) é chamado de Heldentenor (diz-se: réldentênor) ou Tenor Heróico. Referências: Lauritz Melchior(*), Wolfgang Windgassen(*). 
 O Barítono Lírico ou Barítono Central: é comum como terceira voz em quartetos masculinos de música cristã. É importante salientar que alguns Tenores Dramáticos e Líricos podem ser classificados como Barítonos, devido a alguma dificuldade na identificação do timbre. O bom professor, com o desenvolver da técnica do aluno, corrige a classificação e redireciona o trabalho. Isto ocorreu com o conhecido Tenor Plácido Domingo (dos "Três Tenores"), classificado como Barítono, a princípio. Referência: Thomas Hampson (*); 
 O Barítono Dramático: de voz bem grave e volumosa, é também chamado de Baixo Cantante ou Baixo Barítono (de acordo com o repertório operístico). Muitos dos Baixos de quartetos masculinos de música cristã são, na verdade, Barítonos Dramáticos. Referências: Bryn Terfel(*) e (**); 
 O Baixo: tem o timbre bem escuro e potente. É raro mas encontra-se no Brasil. Referências: Gottlob Frick(*); 
 O Baixo Profundo: timbre escuríssimo, voz potente, impressionante, e muito rara no Brasil, é encontrado com maior facilidade em países eslavos (Rússia, Ucrânia, Letônia, etc.) Referência: Martti Talvela(*). 
FONTE: http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/classificacao.htm 

sábado, 26 de julho de 2014

Sugestões Clínicas para o Uso na Terapia com Afásicos


1. As formas de ajudar o paciente na resolução de tarefas durante a terapia variam de acordo com o tipo e grau de severidade da afasia, com o tipo de tarefa que está sendo oferecida e, claro, com o desempenho do P (paciente). Não existem aqui formas fixas ou uma hierarquia - a escolha dos ítens fica a cargo do Fgo., que vai modificar e ampliar os exemplos citados de acordo com a necessidade e a competência do P, assim como da sua condição física e bem-estar geral.
2. Sabemos que a escolha das tarefas a serem dadas ao P deve partir, normalmente , do grau de dificuldade mais simples e assim ir-se aumentando gradativamente o número de ítens a serem oferecidos ou o grau de dificuldade, de acordo com o tipo de afasia que se está tratando.
3. O que para alguns pacientes é uma tarefa quase "impossivel", é para outros pacientes uma tarefa fácil. Um dos aspectos que se não se deve esquecer durante o decorrer da terapia é "como" o P encontra (ou não encontra) a solução da atividade. Em muitos dos casos é mais importante avaliar as estratégias do P na resolução da tarefa do que o fato de ele ter sido bem sucedido ou não.
4. A seguir temos uma lista de idéias e sugestões para algumas áreas específicas da terapia com afásicos. Com certeza trabalhamos em muitos dos exercícios mencionados outras áreas de forma indireta, ou seja, um determinado exercício envolve outros pré-requisitos de áreas que se relacionam entre si!
Sugerimos que o terapeuta trabalhe várias das tarefas abaixo mencionadas tendo como ponto de partida uma situação do dia a dia, usando uma gravura, desenho ou foto.

Por exemplo:
I. Usando uma gravura ou ilustração de uma cena do cotidiano
Frase tipo SVP (sujeito-verbo-predicado) - Ex.: Paulo bebe água
Quanto mais simples e clara a foto/desenho/ilustração mais fácil para o P, ou seja, fotos onde a cena que se quer trabalhar esteja dubiosa ou muito cheia de detalhes poderão confundir o P e dificultar o processo terapêutico.
II. Usando a gravura escolhida o terapeuta vai escolher alguns dos tópicos e vai "desenvolvê-los" com o P , sempre usando a gravura escolhida, mudando para outra "cena" só quando as etapas que foram planejadas estiverem terminadas.
III. O tipo de frase, o conteúdo e a complexidade gramatical do material vai depender do tipo de afasia.
Naturalmente as sugestões dadas podem ser "mescladas" com outros conceitos e técnicas terapêuticas, como por exemplo: PACE, MIT, MODAK, etc, se variando e modificando os ítens de acordo com o desempenho do P.

A) COMPREENSÃO DE LINGUAGEM
· Compreensão auditivaPara facilitar a C.A. :- Usar desenhos, pictogramas ou figuras
- Usar objetos reais
- Usar gestos e mímica
- O T diz/demonstra a função do objeto (o ou a / um ou uma)
- Ajudar o P dizendo o artigo correspondente, fazendo o debloqueamento
· Compreensão de leitura
Para facilitar a C.L.:
- Uso de pictogramas, desenhos ou figuras + palavra escrita
- Usar gestos e mímica
- Usar objetos reais + palavra escrita
- No treino de uma frase, marcar as palavras-chaves ou substantivos ou verbos de uma cor diferente (frases tipo SVP)
- No treino de um texto, dividir o texto em frases curtas e claras
- Usar figuras ou desenhos como feedback visual
- Marcar as passagens mais importantes
- Marcar os verbos com um rotulador verde (ou de outra cor)
B) PRODUÇÃO VERBAL
· Falar junto com o terapeuta- Leitura labial
- Cantar com o P para fazer o debloqueamento (cançoes infantis ou conhecidas)
- Enfatizar o ritmo e a melodia da palavra ou frase
- Acompanhar o ritmo da frase tocando com as pontas dos dedos na mesa
- Pegar na mão do P e com ele falar a palavra ou frase de forma melódica
· Repetição- Enfatizar o ritmo e a melodia das palavras ou frases, cantando a palavra
- Leitura labial (o T faz só os movimentos da boca, sem voz)
O P procura repetir
- Acompanhar o ritmo da frase tocando com as pontas dos dedos na mesa
- Pegar na mão do P e com ele falar de forma melódica a palavra ou frase
O T e o P repetem juntos, depois o P sozinho
· Nomear objetos (usando gravuras, desenhos ou objetos reais)- Dizer ao P o número de letras que tem a palavra
- Mostrar ao P o número de sílabas no papel (o número de lacunas correspondentes)
- Dizer o artigo da palavra (o ou a / um ou uma)
- Usar gestos e mímica, mostrando a função pragmática do objeto
- Usar frases tipo : "Toda manhã eu tomo..."
a palavra desejada é ,no caso, café/banho etc. O T diz a frase e deixa a última palavra em aberto para que o P possa dizê-la
- Dizer ao P a primeira letra da palavra
- Mostrar a gravura/foto ao P
Dar a ele 2 ou 3 palavras, relacionadas semanticamente
Ex.: a palavra desejada é "pão" - o T diz então manteiga - queijo - mel e -----
- Mostrando a gravura dizer 2 palavras rimadas dando ao P uma idéia de como a palavra "soa"
Ex. a palavra desejada é "pão" - o T diz então chão - mão e ... (pão)
C) LEITURA EM VOZ ALTA
- Numa frase cobrir todas as palavras e só deixar uma palavra visivel (no caso, a última) para que o P possa ler.Ex: Paulo toma /café/
O T lê "Paulo toma..." e o P completa lendo a palavra-chave
- Usar palavras escritas na forma maiúscula ou de imprensa
- Tocar com a ponta dos dedos na mesa acompanhando o número de sílabas da palavra, enfatizando a sílaba tônica
- O T começa pronunciando a primeira sílaba da palavra, o P continua a ler
- Usar frases tipo : "Eu escovo os ... (a palavra desejada é , no caso, dentes)
O T lê a frase e deixa a última palavra em aberto para que o P possa ler
D) ESCRITA
· Cópia- O P deve formar/copiar a palavra que o T mostra a ele:
...1. O T coloca na mesa todas as letras que a palavra contem, o P as coloca na ordem certa
...2. O P deve ele mesmo procurar as letras que precisa, escolhendo aquelas que constam da palavra (se a palavra tem 5 letras, dá-se ao P um total de 8 letras para que ele escolha as que ele necessita)
...3. O P escolhe sozinho as letras que ele precisa (da caixa de letras do alfabeto)
- O T mostra a palavra e a soletra, o P deve escrever/pintar ou desenhar a palavra no papel
- O P copia a palavra "outra vez" - a palavra já está escrita com letras recortadas em papel lixa, o P apenas "copia" a palavra novamente passando
o/os dedo/os sobre a palavra (estímulo tátil e visual)
- Copiar letra por letra da palavra
(o T cobre as outras letras enquanto o P copia uma após outra)
- O T mostra um objeto/foto/desenho com a palavra escrita - o P copia a palavra no papel ou pinta com o dedo/pincel, etc
· Ditado- O P escreve/pinta ou desenha a letra que o terapeuta lhe diz
- O P forma a palavra dita pelo terapeuta com as letras na mesa (ver acima opções com 3 graus de dificuldade)
- O P escreve/pinta ou desenha a sílaba dita pelo terapeuta
- O P escreve/pinta ou desenha a palavra dita pelo terapeuta
· Nomear de forma escrita- O T mostra ao P 2 ou 3 desenhos de objetos da mesma área semântica
O P deve escrever/pintar ou desenhar o nome do objeto descrito pelo T
- O T usa gestos e mímica mostrando a função da palavra que está sendo procurada - o P escreve/pinta ou desenha a palavra
- O T escreve a primeira sílaba da palavra - o P completa escrevendo/desenhando ou pintando a palavra
- Usar frases tipo : "Eu penteio o ..."
a palavra desejada é , no caso, cabelo. O terapeuta lê a frase e deixa a última palavra em aberto para que o P possa escrevê-la
- O T soletra a palavra e o P escreve/pinta ou desenha letra por letra no papel
- Mostrar ao P a primeira letra da palavra, ele completa então com as outras que faltam. Ex. B -- -- -- -- (BANHO)
- Mostrar ao P a figura de um objeto
O T também mostra os nomes de 2 ou 3 palavras que se relacionam de forma semântica com a palavra procurada (ou palavras rimadas)
O P então escreve/pinta ou desenha a palavra que está sendo procurada.



Vanessa Cavalcante, Fonoaudióloga/ Logopädin, reside e trabalha desde 1996 na Alemanha.
Extraído do site: http://www.fonoaudiologia.com/trabalhos/artigos/artigo-032.htm
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Assista!

quinta-feira, 24 de julho de 2014

ENTREVISTA COM A FONOAUDIÓLOGA PATRÍCIA FARO.

Blog: Olá, tudo bem? É uma Honra recebê-la aqui na inauguração do blog “Fono News”.
Apresente-se por favor!!

Patrícia Faro: Formei na PUC São Paulo/89, Gestão Empresarial: Perspectiva Fonoaudiológica. FEAD 2009. 
Desde 2005 ministra cursos e palestras sobre FONOaudiologia ESTÉTICA da face: com base na motricidade orofacial em congressos, jornadas e faculdades de Fonoaudiologia pelo Brasil e Portugal.
TRATADO DE EVALUACIÓN DE MOTRICIDAD OROFACIAL. CAPÍTULO 25. FARO P.EVALUACIÓN Y ANAMNESIS FONOAUDIOLÓGICA DE LA ESTETICA FACIAL: BASADO EN LA MOTRICIDAD OROFACIAL. EN: SUSANIBAR F; MARCHESAN I; PARRA D; DIOSES A. TRATADO DE EVALUACIÓN DE MOTRICIDAD OROFACIAL Y ÁREAS AFINES. MADRID. EOS, 2014. O ISBN DO LIVRO É: 978-84-9727-477-7
Ministra cursos para o mestrado e doutorado da Faculdade e Centro de Pesquisas São Leopoldo Mandic - Campinas, SP
* IV Jornada Internacional de Fonoaudiologia - Fortaleza, CE - maio de 2005 - mini-curso e mesa redonda sobre Fonoaudiologia Estética da Face
Entre outros...

Blog: Sabemos que você, tem uma ligação muito forte no que concerne a estética ligada à fonoaudiologiaQuais os Objetivos da estética dentro do contexto da fono e a quem se destina tal intervenção?
Patrícia FaroÉ uma nova área da fonoaudiologia que, com base na motricidade orofacial, tem como objetivo:
  • Harmonizar o estético e o funcional;
  • Adequar a postura, a respiração, a mastigação, a deglutição e a fala;
  • Equilibrar as forças musculares da face e pescoço;
  • Minimizar ou eliminar as mímicas faciais exacerbadas ou inadequadas;
  • Fortalecer e sustentar a face;
  • Proporcionar a aquisição de hábitos saudáveis orofaciais e cervicais.
Este trabalho fonoaudiológico tem como consequência:
  • A eliminação ou atenuação das rugas e marcas de expressão
A quem se destina:
  • Indivíduos que evitam procedimentos invasivos por dor, alergia ou problemas de coagulação;
  • Pré e pós cirurgia bariátrica (redução de estômago);
  • Pré e pós cirurgia de face;
  • Atletas;
  • Indivíduos que procuram qualidade de vida e mudança de hábitos.

Blog: Uma boa alimentação, respeito a horas de sono, hidratação adequeda são pré-requisitos para que se tenha ou que facilite uma estética facial desejável? Quais outros pré-requisitos?
Patrícia FaroSim, imprescindível o consumo de proteína, para ter resultado muscular.

Blog: Através de exercícios, as famosas ruguinhas, podem dar um “até logo” para anossas faces?
Patrícia Faro: Depende da forma como são realizados, se errado, podem dar mais rugas.

Blog: Você utiliza os métodos tradicionais (manual) ou com aparelhos sofisticados para o tratamento de seus clientes/pacientes? 
Patrícia FaroO tratamento consiste em , propriocepção e conscientização, dos hábitos orais e cervicais inadequados, exercícios miofuncionais, trabalhar as funções do sistema estomatognático ( sucção, deglutição, mastigação, respiração e articulação da fala), manobras e manipulações específicas. Utilizo bandagem terapêutica, massageadores e esferas de vidro para crioterapia, o restante é o mesmo utilizado em terapias de MO.

Blog: Conte-nos quais as consequências de possíveis exercícios inadequado para quem busca uma melhoria no equilíbrio da musculatura ou em sua expressão facial. 
Patrícia FaroEnvelhecimento facial, rugas mais evidente ou flacidez.

Blog: As grades curriculares das faculdades, ainda hoje, inserem a Motricidade Orofacial num todo, ou seja, em geral. Como você defenderia para haver uma mudança para dar-se mais ênfase na questão estética? 
Patrícia FaroNão defenderia, na minha opinião, é importante o aluno aprender todas as vertentes, possibilidades de atuação em MO, portanto deveríamos ter módulos, para ronco, paralisia facial, cirurgia ortognática, DTMs, ELA, estética e etc..., para trabalhar com estética é imprescindível a visão do todo.

Blog: Há diversas contradições quando falamos de Paralisia Facial e Eletromiografia, alguns autores, principalmente Neurologistas não aconselham tratamentos com “choquinhos” por não se saber a reação muscular. Qual sua opnião
Patrícia FaroNa minha opinião o que importa é o resultado, existem pacientes que se beneficiam da Eletroestimulação e outros não, portanto é importante experimentar, a Eletroestimulação pode nos ajudar a acordar a musculatura, ela não é a terapia e sim mais um recurso para a mesma.

Blog: Fonoaudiologia estética estreita mais a ligação do fonoaudiólogo com os dermatologistas? Comente um pouco. 
Patrícia FaroNosso trabalho soma com o trabalho dos dermatos e dos cirurgiões plásticos, pois ao trabalharmos o equilíbrio de forças musculares de cabeção e pescoço, melhorar as funções do SE (Sistema Estomatognático), potencializamos os resultados das especialidades citadas.

Blog: Existem diversas técnicas empregadas no consultório dermatológico especificamente para estética, tais como: Técnicas preenchimentos, Toxina botulínica, Peelings... Há alguma contra-indicação nestes pacientes que buscam estas intervenções? 
Patrícia FaroNão trabalho com pacientes com PMMA, polimetilmetacrilato, conhecido como Bioplastia, o efeito deste preenchidos é definitivo e pode deformar a face do paciente. Já nos procedimentos que são preenchedores, não trabalhamos no local onde foi aplicado; nos procedimentos que visam o aumento do colágeno e da elastina, trabalhamos normalmente.

Blog: Agradeço a sua atenção e disponibilidade de nos presentear com a sua entrevista e sempre fique a vontade para anunciar conosco. Faça suas considerações.
Patrícia Faro:
"Atuar em fonoaudiologia estética da face
é compreender o belo no seu mais amplo significado e assim
acreditar, transformar, adequar e proporcionar a aceitação do ser e estar,
do equilíbrio da beleza interna e externa,
da alegria de viver... se descobrir... e se amar intensamente."

Entrevista com a Patrícia Faro:














quarta-feira, 23 de julho de 2014

Eletromiografia e seu uso na fonoaudiologia

A Eletromiografia (EMG) é uma ferramenta de diagnóstico instrumental objetiva e completa sobre o funcionamento dos músculos da face e da região cervical. O exame é rápido, indolor e não-invasivo, utilizado no auxilio para o diagnóstico e tratamento dos Transtornos da Motricidade Orofacial. A Eletromiografia avalia principalmente as condições fisiológicas e patológicas dos músculos, fornece informações sobre os princípios que regem a função muscular e pode contribuir com informações importantes para o diagnóstico. Ela tem sido considerada o instrumento mais preciso para avaliar a atividade elétrica dos músculos orofaciais, devido à facilidade em relação a outros parâmetros de mensuração. Caracteriza-se por ser não invasivo livre de desconforto e radiação, rápido, barato e de fácil compreensão pelo paciente. A eletromiografia vem sendo amplamente utilizada durante reabilitação muscular e funcional, na Fonoaudiologia. Tem servido como instrumento quantificador da atividade muscular, auxiliar no diagnóstico e terapêutica dos distúrbios motores orofaciais, como a mastigação e a deglutição, por oferecer a possibilidade de analisar a ação de um grupo muscular ou de um feixe muscular específico.
Na clínica fonoaudiológica, a eletromiografia é considerada um importante auxiliar no entendimento dos padrões de atividade elétrica dos músculos faciais e mastigatórios, contribuindo para um diagnóstico mais objetivo e uma intervenção mais efetiva. Ao contrário de avaliações mais subjetivas dos grupos musculares, tais como a palpação ou inspeção visual, o caráter mais objetivo da eletromiografia pode complementar os dados do diagnóstico, tratamento e até mesmo, prognósticos dos casos na clínica fonoaudiológica. A variabilidade da aplicação da EMGs na Fonoaudiologia pode envolver indivíduos respiradores orais, com paralisia facial, disfunções têmporo-mandibulares, alterações vestibulares, usuários de prótese dentária, dentre outros. Ela permite melhor avaliação das condições iniciais do paciente e a progressão do mesmo em relação aos músculos da expressão facial, deglutição, respiração e mastigação. É também útil na investigação da etiologia da dor em síndromes das articulações têmporo-mandibulares quando se suspeita da existência de um tensionamento muscular inadequado.
A aplicação na Clínica Fonoaudiológica ocorre também no auxilio diagnóstico em Paralisia Facial Periférica, Cirugiados e Queimados de Cabeça e Pescoço; em Mutilados por conseqüência de cirurgias reparadoras em casos de Câncer; nos distúrbios da Deglutição (Disfagias), no diagnóstico em Disfunções de ATM; na estética e aperfeiçoamento dos músculos da face; nos distúrbios de Programação Neuromuscular da Fala (Gagueira); no tratamento pré e pós de Cirurgias Ortognáticas.
Bibliografia

ONCINS, M. C./ FREIRE, R. M. A. de C./ MARCHESAN, I. Q.. Mastigação: análise pela eletromiografia e eletrognatografia. Seu uso na clínica fonoaudiológica. Distúrbios da Comunicação, São Paulo, 18(2): 155-165, agosto, 2006.


Graduandas do 4º período de Fonoaudiologia
Extraído do site: http://www.fonoque.com/ 

domingo, 20 de julho de 2014

Coleta de dados do Teste da Orelhinha

O CRFa 8ª Região gostaria de contar com sua ajuda, na atualização do cadastro sobre a realização do teste da orelhinha. Para tanto solicitamos o preenchimento do questionário que está no link abaixo. É muito importante que tenhamos um panorama da realidade da triagem auditiva na 8ª Região, para que possamos trabalhar em conjunto nas ações de melhoria e direcionar as políticas públicas de saúde na área. 

Data de envio até : 31/julho/2014